segunda-feira, 24 de maio de 2010

1.1 prosas do fim (não mais as pequenas)

Alguém alguma vez me disse: "o amor você guarda numa caixinha chamada peito, dentro de uma outra caixinha chamada coração".
Bastou tomar isso como verdade pra começar a sentir as dores pontiagudas e incansáveis. Doía por não ter o brinquedo, doía por não poder ir lá, doía por não poder ver TV, por não poder sair, por não poder correr, por não poder chorar, falar alto, ser, e todas as outras coisas que amava fazer.

Dia desses me disseram que era mentira. "Que dor de coração que nada! O Amor é altamente psicológico, nada que um bom calmante ou droga semelhante não acalme".

Não sou adepto das drogas, pelo menos não das semelhantes...

Mas concordo com a parte da psicologia. Tantas outras coisas já moravam na minha cabeça: as preocupações, os pormenores, os maiores problemas, os obstáculos, os sonhos e pesadelos, a voz chata dizendo o que fazer, a voz dos pais e irmãos, e daqueles que vieram pra minha vida; que danado o amor não estaria fazendo lá? Claro. Altamente psicológico, assim como as dores nas caixinhas logo abaixo.

Estranho é que senti o meu coração parar de doer. Assim, do nada. Bastou tomar essa verdade psicologicamente lógica que a dor parou, o bater parou, e as certezas que ele me oferecia também pararam (de ser tão "certezas").
Tudo foi transferido, "backupeado", transformado em 0 e 1, triado, protegido e guardado.

Mas a minha tecnologia nunca avança. "Mas" é muito comum na minha história. E neste porém de acúmulos amontoados tendenciosos para o retorno começaram as dores de cabeça... E o meu crânio vai batendo cada vez mais descompassado, misturando as coisas, centrifugando até o que não dá mais caldo, incomodando cada vez que o interesse chega a vista e se espalha para o corpo e além; existindo como inverdade que sempre precisa de mais tangentes para surgirem neste plano.

Cansei. A dor já está mais forte. Vou tomar uma droga semelhante, um sono, ou um golpe forte na nuca pra parar de vez. Pra isto parar de vez

Sem comentários:

Número total de visualizações de páginas