terça-feira, 27 de janeiro de 2009

FUTURO: algo que a gente deixa pra depois.
Pode ser que mude, ou não.
Não dizem que ele a Ele pertence?
Acho que também depende das ações de cada um.
Se tudo corre bem,
Vem o futuro com boas notícias.
Se não,
Vem o futuro incerto (pode ser que coisas boas aconteçam mesmo que o que espero hoje não aconteça).
Futuro é isso.
E a gente só tem que esperar acontecer.


por que o coração é um inimigo tão forte?
ele parece um dragão, se impondo através de seu fogo e querendo destruir todo o mundinho que você cultiva tão cuidadosamente.
mas ele não tem tamanho pra isso, ele cabe na mão. então o comparo a um tumor. ou a um ouriço que teima em furar nosso peito a cada movimento mais brusco que fazemos, como para se proteger de nós.
o coração é venenoso, ele dobra nossos sentidos, faz o corpo ficar doente, e como se não bastasse, gera uma dor de cabeça filha da puta. porque se não fazemos o que ele quer, a consciência pesa.
então ele tem o controle absoluto? ele manda e desmanda? ele só faz o que ele quer.

mas a cabeça é diferente. mesmo sofrendo forte influência do coração, ela é maior que ele.
reclamo da força do coração, mas não por que não posso vencê-la, mas pq ele nunca vai parar de lutar.
e essa luta enfraquece qualquer ser humano.
o coração é foda.
era bem melhor ter uma bomba relógio do que ter ele. só assim a gente explodiria de vez.


quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

pequenas prosas do fim. II

Cláudia disse ser uma garota boa e que mesmo assim ia pro inferno.

Perguntei se essa era a vontade dela, ela disse não ser.

Perguntei então o porque, ela disse que garotas más vão pro inferno.

Eu falei que ela tinha acabado de dizer que era uma garota boa e, se isso fosse verdade, esse risco ela não corria. É verdade isso, Cláudia?
Ela disse que sim.
Então porque o medo?
Ela calou-se.
É verdade isso, Cláudia? Eu já estava quase chorando nesse momento.
Ela baixou os olhos e quase sussurrando, Sim... Mas...
O que então, Cláudia? Não me controlei e soltei num grito, depois quase chorando, o que então?
Ela levantou os olhos, congelantes, e foi a ultima coisa que vi.
Minha pele sentiu a vibração que vinha de sua garganta, pra qual meus ouvidos não eram mais sensíveis, e ela soava algo como Você me faz querer ir pra onde você vai. A outra seqüência de vibrações foi bem rápida e impactante. Se meus ouvidos ainda funcionassem, e meu cérebro ainda fosse capaz de entender o que eles ouviam, eu teria me encolhido com medo, pois teria acabado de ouvir um tiro.


pequenas prosas do fim. I

- é podre, você é podre!
e nada de argumentos. ela gritava como louca. "podre, cafajeste, imundo... você!"
a última palavra vinha mais carregada que as outras. Você. como se esse fosse o maior insulto que um ser humano pudesse receber... ser eu!
tinha apenas um mês, ela nas nuvens e eu ao mar, jogando rede. das nuvens ela era rarefeita como o ar, espalhavas-se, e espalhava pra todos contos sobre nosso amor. mas esse amor parecia mais ser seu do que nosso.
eu no mar, um pescador a caráter, via tudo tão mais difuso através da água. via o reflexo dela boiando no céu, bem longe de mim e do que eu sentia.
talvez por essa agonia de amar ou por esse "meu bem" por falar, eu ia bem mais fundo n'água. e chegava até a rede. cheia de peixes, cheios do que eu precisava. e fui nadar com eles.
agora, ela fala "você". e eu calado, pois sei que culpa minha é a que existe. erros dela não servem de consolo para os meus.
mas o nosso, esse sim importa, foi não abandonar o mar e o céu, ir para a praia, donde poderíamos ver todo o nosso mundo se unindo distante. E sentados juntos, na areia, algo de sólido, enxergaríamos até nós os passos que marcam o caminho. caminho que ar e água não marca, e se dissolve.


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