Alguém alguma vez me disse: "o amor você guarda numa caixinha chamada peito, dentro de uma outra caixinha chamada coração".
Bastou tomar isso como verdade pra começar a sentir as dores pontiagudas e incansáveis. Doía por não ter o brinquedo, doía por não poder ir lá, doía por não poder ver TV, por não poder sair, por não poder correr, por não poder chorar, falar alto, ser, e todas as outras coisas que amava fazer.
Dia desses me disseram que era mentira. "Que dor de coração que nada! O Amor é altamente psicológico, nada que um bom calmante ou droga semelhante não acalme".
Não sou adepto das drogas, pelo menos não das semelhantes...
Mas concordo com a parte da psicologia. Tantas outras coisas já moravam na minha cabeça: as preocupações, os pormenores, os maiores problemas, os obstáculos, os sonhos e pesadelos, a voz chata dizendo o que fazer, a voz dos pais e irmãos, e daqueles que vieram pra minha vida; que danado o amor não estaria fazendo lá? Claro. Altamente psicológico, assim como as dores nas caixinhas logo abaixo.
Estranho é que senti o meu coração parar de doer. Assim, do nada. Bastou tomar essa verdade psicologicamente lógica que a dor parou, o bater parou, e as certezas que ele me oferecia também pararam (de ser tão "certezas").
Tudo foi transferido, "backupeado", transformado em 0 e 1, triado, protegido e guardado.
Mas a minha tecnologia nunca avança. "Mas" é muito comum na minha história. E neste porém de acúmulos amontoados tendenciosos para o retorno começaram as dores de cabeça... E o meu crânio vai batendo cada vez mais descompassado, misturando as coisas, centrifugando até o que não dá mais caldo, incomodando cada vez que o interesse chega a vista e se espalha para o corpo e além; existindo como inverdade que sempre precisa de mais tangentes para surgirem neste plano.
Cansei. A dor já está mais forte. Vou tomar uma droga semelhante, um sono, ou um golpe forte na nuca pra parar de vez. Pra isto parar de vez
Novidade bonita por aqui:
Há 11 anos